sexta-feira, 20 de dezembro de 2013

Raul Castro - Caricatura



O historiador Eric Hobsbawn aponta a importância do fato da revolução cubana, de 1959,
ter sido o primeiro movimento de envergadura liderado por jovens.
Mesmo com todas as limitações e aspectos por vezes autoritários e centralizadores, o espírito
de Sierra Maestra continua vivo. Cuba demonstra ano após ano através de indicadores sociais,
os impactos profundos que são consequência do modelo político orientado a favorecer as camadas
mais desvalidas. Como dizia Ernesto Guevara, o "Che": "luta melhor quem tem belos sonhos". Que
Cuba continue arrancando sorrisos de sua realidade concreta e cruel, e que esse povo sofrido que se reinventou possa se superar e derrotar as limitações impostas pelo embargo norte-americano.

quarta-feira, 18 de dezembro de 2013

A  grande mídia brasileira e o achincalhe  dos governos progressistas da América Latina




"Maconheiro estatal", assim foi intitulado o editorial do jornal carioca "O Globo", de 12/12/2013. Em pauta, a aprovação por parte do Uruguai da legalização da maconha. Interessante apontar que o veículo de comunicação sequer se opõe à medida, mas sim o caráter estatizante da mesma. O princípio democrático da contradita deve ser resguardado, porém o que desperta atenção é o aspecto virulento e agressivo com que a grande mídia - isso já não é exclusividade das organizações Globo - tratam governantes democraticamente eleitos por seus povos, como é o caso do presidente uruguaio Pepe Mujica. A maneira com que os barões da comunicação se comportam é aviltante, em via de regra denominando como ditadores os detentores de cargos públicos através do sufrágio universal, ao passo que se apressam em apoiar investidas golpistas, como no caso de Honduras, seja em 2009, com a deposição do  presidente Zelaya, ou na recente fraude eleitoral  posta em curso pelos governistas nas eleições presidenciais.Sem falar nas comemorações pela também deposição do presidente paraguaio Lugo, outro que sofreu ataques pessoais de ordem moral. O grotesco e a ridicularização são táticas usadas corriqueiramente pela grande midia quando buscam desestabilizar ou questionar a legitimidade dos processos políticos e culturais de grande envergadura que estão em curso em nosso continente.Cabe a  denúncia de tais métodos e a reivindicação do respeito à dignidade de nossos irmãos.

Marcio Malta (Nico) é professor (UFF) e cartunista.

quinta-feira, 12 de dezembro de 2013

Demarcação de terras indígenas


Tapetão


REFLEXÕES E APONTAMENTOS SOBRE O PROJETO ELITISTA DE URBANIZAÇÃO DO CENTRO DE NITERÓI


O desenhista de quadrinhos norte-americano Will Eisner construiu boa parte da sua obra afirmando a relação que as pessoas comuns têm com as suas cidades.As pessoas invisíveis, como ele designou, passavam a ter relações afetivas com os espaços arquitetônicos onde cresceram. É famosa uma hq intitulada "Edifício", onde Eisner percorre as histórias de vários personagens e as suas mais diversas relações com aquele prédio. Pois bem, o que Niterói tem a ver com isso? A cidade está passando pela discussão acerca de uma suposta revitalização de seu centro, proposta pela Prefeitura.Porém, o que poderia representar uma boa nova, esconde na verdade um projeto cruel de beneficiamento do setor das empreiteiras. A cidade sofre há pelo menos uma década com os impactos da especulação imobiliária e o crescimento desordenado que acompanhou a subida brusca dos preços dos imóveis.Antes a sanha dos investidores, como a multinacional Brasil Brokers, se resumia às areas ditas mais "nobres" do município.Ficou famoso o surgimento de um novo bairro, Jardim Icaraí, que nada mais é que um golpe publicitário para valorizar a área sempre conhecida como parte do bairro de Santa Rosa.Outros casos emblemáticos podem ser citados, como um hospital e um condomínio claramente instalados no centro que foram batizados com o mesmo nome do tradicional bairro da zona sul.Agora que essas regiões se mostram estranguladas em seu crescimento vertical, os tentáculos da especulação se lançam em direção à zona norte,mais precisamente ao centro antigo, que sempre fora abandonado pelo poder público.Os movimentos em defesa do direito à moradia, constitucional por sinal, sempre reivindicaram a possibilidade dos trabalhadores poderem residir nos centros urbanos, mais próximos aos seus locais de trabalho.Contudo,a proposta do poder executivo, contempla na verdade o grande capital, vetando inclusive tentativas feitas pela oposição na Câmara Municipal de que construções populares fossem priorizadas. Falo da questão como profundo conhecedor, pois moro no centro de Niterói há mais de 20 anos e a redação desse texto foi motivada por um caminhada que me vi obrigado a fazer.Após deixar o carro na oficina, resolvi usar as canelas para fazer o percurso até a casa da minha mãe.O que pude notar foi uma mudança drástica, com o fechamento de lojas tradicionais que acompanharam minha infância, pois é comum o aumento de aluguel em áreas que passam por esse processo analisado.Outro aspecto que pude observar foi a subida de condominíos residenciais de enormes blocos, onde famílias populares não vão colocar os pés, afinal pequenos apartamentos ali não saem por menos de R$ 350.000,valor distante fos orçamentos de famílias mais pauperizadas.Para completar, encontro uma amiga de longa data com sua filhinha.Ela me mostra a formosa casa de vila em que está morando, com seu filtro de sonhos na varanda.Mas como boa geógrafa que é, já vai me advertindo que vai ser expulsa dali pela gentrificação, que é o processo de expulsão dos pobres de áreas recém-valorizadas.Me conta que o valor de seu aluguel irá ser triplicado.Somos interrompidos por uma pedinte com um bebê que clama por uma esmola.Minha amiga busca uma lata de leite para a criança.Saio dali convencido de que o novo centro da cidade não é para essas pessoas e os seus sonhos vão ficar cada vez mais distantes.

quarta-feira, 11 de dezembro de 2013

Sobre as chuvas - ou como tirar proveito das lições de Maquiavel 500 anos depois


Em 1513, Nicolau Maquiavel já advertia que o príncipe virtuoso deveria ser prudente em relação à fortuna, ou sorte em uma tradução grosseira.O exemplo mais clássico dado pelo autor é de que o governante sábio iria se precaver contra os rios caudalosos, obrando diques e barragens em tempos de calmaria.Afinal, como diria o poeta Vinicius de Moraes, o "amanhã não gosta de ver ninguém bem".As conclusões que podemos tirar disso tudo é que a natureza não pode ser culpada em momentos como esse que estamos passando no Rio de Janeiro.Em suma, nossas autoridades que lidam com o poder público poderiam aproveitar outra das lições de Maquiavel e aprender com o passado, pois as chuvas nos assolam desde priscas eras.Já que o mundo está tão desenvolvido e tecnificado, que as ciências sejam usadas em prol de causas populares.Porém, o modelo capitalista não comporta tal tipo de planificação, prescrevendo às areas periféricas um total abandono à sua própria sorte.Conquistar o poder é fácil, o difícil é manter, também ensinou o pensador florentino.Que os digam os impopulares Sérgio Cabral e Eduardo Paes. Cabe ao poder popular se organizar para inverter essa relação nociva, onde o Estado se comporta como piratas saqueadores para lesar a sociedade civil.

quarta-feira, 4 de dezembro de 2013

Charge:Cabral e o carnaval


Debate no Museu da República: 25 anos sem Henfil

1ª Bienal Internacional da Caricatura convida>
DEBATES: MUSEU DA REPÚBLICA – Rio de Janeiro: “Trajetórias Biográficas do Humor Brasileiro”:08 de Dezembro (dom.) a partir das 18 horas, debate com os artistas e pesquisadores: Marcio Malta (Biógrafo de Henfil) e Ivan de Souza (Filho do artista), em homenagem: “25 anos sem Henfil”; Homenagem a Lan, por Luciano Magno; E debate com o pesquisador Flávio Pessoa, sobre o cartunista argentino Lorenzo Molas, artista criador dos mascotes do futebol carioca na década de 1940.R. do Catete, 153 – Catete, RJ . Domingo. Das 18 as 21h. Auditório do Museu da República. (21) 3235-3693