quarta-feira, 8 de janeiro de 2014

Sobre a nossa Guerra de todos os dias

Notícias nos chegam diuturnamente sobre a guerra civil na Síria e sobre distúrbios no Iraque. Longe de descartar a importância de tais relatos, porém "a la" Gilberto Gil  e Caetano, podemos dizer sem medo que, não o Haiti, mas Bagdá é aqui. O Rio de Janeiro tem um índice de mortes violentas altíssimo,porém a diferença de nossas terra é que por aqui não temos uma guerra civil,mas sim uma luta encarniçada do Estado - através de seus aparelhos repressores - contra a Sociedade Civil.São inúmeros fronts em aberto.Por exemplo, os protestos dos moradores do "pacificado" morro da Mangueira. Cumpre observar que muitas das vezes manifestações são desencadeadas pela própria incompetência do Estado em provir a população nos serviços mais essenciais, como água, luz e esgoto. Porém, a quem esse mesmo Estado está a serviço? Do grande capital.Essa frase pode soar esgotada e um tanto quanto esquerdista.Mas toda a nossa sociedade está organizada em garantir os lucros de uma minoria que na maior parte das vezes sequer está no Brasil.São os senhores ausentes, como diz o sociólogo polonês Bauman. O ano de 2014 vai ser um capítulo exemplar, ao vermos as previsões do destacamento de cerca de 10.000 homens da ilegal Força Nacional para garantir a realização da excludente Copa do Mundo no Brasil.Protestos são amparados por nossa Carta Maior, a Constituição.O uso desproporcional da força pode acabar em tragédia no próximo junho.A classe média vai tolerar contar corpos dos seus, como os guetos já fazem há tanto tempo? Que a Síria e o Iraque não sejam aqui.

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